Memorial
Severino Neri de Souza
Memorial
Severino Neri de Souza
Um Legado de Honestidade e Trabalho
Origem
Severino Neri de Souza nasceu em 16 de novembro de 1916, na Vila de Prata, pertencente ao município de Monteiro-PB, emancipada em 7 de janeiro de 1959, passando a ser Prata-PB. Era filho de Marcionilo Neri de Souza e Ana Lindoso de Souza. Marcionilo e Ana se casaram em 1903 e tiveram, além de Severino, outros seis filhos: Inácio, Josefa, Priscila (Peí), Laura, Maria (Branca) e Laurita.
Sua infância foi típica daquela época, simples e em área rural. Trabalhava na lida do campo com sua família, tendo acesso apenas à educação básica; aprendeu a ler, a escrever e a contar na vila em que moravam.
Sempre foi uma pessoa simples, pacata e de muitas amizades. Foi um jovem sonhador, que mais tarde entraria para a história.
Família
No final da década de 1950, conheceu Enedina Ferreira, uma jovem moradora do sítio Caxingó (sítio próximo à Vila de Prata), que havia se mudado para a vila para estudar e ajudar na criação dos filhos de Laura (irmã de Severino). Logo começaram namorar.
Casaram-se em 19 de maio de 1958. Severino e Enedina tiveram cinco filhos: Ana Edna, que nasceu em 23 de fevereiro de 1959; Severino Júnior (Neri), que nasceu em 26 de novembro de 1960; João Bosco, que nasceu em 30 de agosto de 1963; Marcionilo (Flávio), que nasceu em 7 de fevereiro de 1965; e Nieda de Fátima, que nasceu em 20 de julho de 1969.
Muito caseiro e grande incentivador da educação dos filhos, Severino sempre fez de tudo para que tivessem acesso aos estudos e, assim, garantissem estabilidade, pois considerava fundamental honrar as responsabilidades, principalmente as financeiras. Assim fez, e todos concluíram os estudos na cidade de Campina Grande-PB.
Além dos filhos, Severino conheceu os netos: Victor David e Wagner, filhos de Neri; Naiana e Allan, filhos de Ana Edna; e Ana Beatriz, filha de Nieda. Todos o chamavam “Vovô Bibiu”. Teve mais um neto, filho de Bosco, que, em homenagem ao avô, recebeu o nome de Severino Neri de Souza Neto.
Carreira
Em 3 de janeiro de 1942, foi nomeado para exercer a função de fiscal-geral da Vila de Prata. Nessa época, Vila de Prata ainda pertencia ao município de Monteiro-PB. Severino fazia a coleta de impostos e a levava semanalmente à sede do município, que ficava a 28 km da Vila. Ia montado no lombo de um cavalo. Trabalhou na função de fiscal-geral da Vila de Prata até 9 de novembro de 1957.
Em 11 de maio de 1960, foi nomeado para a função de diretor da Câmara Municipal de Prata-PB, onde permaneceu até o dia 30 de novembro de 1961.
Em 1º de dezembro de 1961, foi nomeado secretário-geral do município de Prata-PB, no mandato do prefeito Souto Maior, permanecendo no cargo até o dia 14 de agosto de 1972, quando se candidatou a prefeito da referida cidade, apoiado por Souto Maior, que a essa altura já estava no seu segundo mandato. Nesse período, além de exercer a função de secretário-geral nos dois mandatos do prefeito Souto Maior, exerceu também no mandato do prefeito, Ananiano Ramos Galvão (1964-1968).
Candidato único pelo Partido da Aliança Renovadora Nacional (ARENA), foi eleito Prefeito de Prata-PB, no dia 15 de novembro de 1972, tendo, como vice-prefeito, Sebastião Pedro do Nascimento, e tomou posse no dia 31 de janeiro de 1973, permanecendo na prefeitura até 31 de janeiro de 1977.
Findado seu mandato de prefeito, e com a eleição de Souto Maior para o seu terceiro mandato, Severino voltou à função de secretário-geral do município de Prata-PB, onde permaneceu até o ano 1982, quando teve de se afastar para disputar as eleições do referido ano.
Em 1982, concorreu às eleições municipais, candidato a vice-prefeito do município de Prata-PB, na chapa de Francisco de Assis Gonzaga, pelo PDS. Foram vitoriosos. O mandato durou de 1983 a 1988.
Mandato de Prefeito
Seu mandato foi marcado por sua honestidade. Era um homem de princípios e valores, que não aceitava se corromper, por qualquer motivo que fosse. Se, após uma compra feita para o município, o fornecedor perguntasse: “Coloco quanto na nota?”, ele respondia, de imediato: “O valor da compra”.
Não fazia uso particular de veículos públicos. Seus filhos, que moravam fora, tinham uma vida simples e viviam em pensionatos. Um fato que chamou atenção foi que, no período em que foi prefeito, comprou um carro (Fusca), financiado, que acabou vendendo devido à dificuldade para pagar as parcelas.
As principais obras realizadas na sua gestão foram: a construção do matadouro público, a instalação da energia elétrica do Sítio Acauã, a conclusão da Praça Cícero Nunes, que havia sido iniciada no mandato do prefeito Souto Maior, e calçamentos de várias ruas.
Comércio
Além de servidor público, Severino também foi comerciante. No início dos anos 60, abriu uma farmácia em Prata-PB, e tinha, como sócio, seu irmão, Inácio. A sociedade, pouco tempo depois, desfez-se, e Severino deu continuidade ao negócio até o início dos anos 80.
Gosto Culinário
Era uma pessoa simples. Não tinha exigências com comida, porém gostava muito de cuscuz com leite, galinha de capoeira e arroz mexido. Suas refeições eram acompanhadas de suco de laranja ou limão, que ele chamava de “ponche”. Apreciador de café, parou de tomá-lo à noite, quando um médico lhe pediu que passasse um tempo sem tomar café. Virou adepto do chá, preferindo o de cidreira, com bastante açúcar. Se alguém comentasse que ele havia colocado muito açúcar na bebida, ele dizia: “Só de raiva vou colocar mais”.
Hobbies
Amante da política e ouvinte fiel das rádios Caturité, da cidade de Campina Grande-PB, e Cidade, da cidade de Sumé-PB, tinha o hábito de ouvi-las pelo seu Motoradio, que funcionava a pilhas (as pilhas naquela época eram comumente chamadas de elementos, pelos sertanejos). Também acompanhava outros noticiários, principalmente os jornais das rádios de Campina Grande-PB e o Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão. Destacava-se o programa do radialista Juarez Amaral, que ia ao ar todas as manhãs, e Severino não perdia um dia sequer.
Sua paixão por notícias não se limitava ao rádio e à televisão; desde muito cedo era assinante do jornal impresso, O Norte.
Adorava gatos; o seu preferido foi Miguel, um gato amarelo, arisco, que aprontava, e ele dizia: “Esse gato é muito ignorante”. Sempre, ao final das refeições, juntava as sobras dos pratos e colocava para os gatos da rua.
Religiosidade
Cristão, católico e residente em frente à Igreja Matriz de Prata-PB, fazia questão de ir às missas.
Gosto Musical
Seus cantores preferidos eram Roberto Carlos e Amelinha; sua banda predileta era Os Incríveis.
Música Preferida
Na voz de Amelinha, Foi Deus quem fez você, composição de Luiz Ramalho, era sua música favorita.
Personalidade
Severino tinha hábitos simples. Suas roupas eram sempre sociais (calça de linho e camisa de botão).
Apesar de ser uma pessoa de fácil comunicação, não era adepto da realização de discursos, mas era um homem de muitas amizades.
Responsável, honesto, bom pai e bom marido. Um homem tranquilo que criou seus filhos à base do diálogo. Querido por todos – e extremamente preocupado com coisas do dia a dia – tinha TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), e era comum levantar-se várias vezes, numa mesma noite, para olhar se o telefone estava no gancho.
Não se preocupava tanto consigo mesmo, porém, era extremamente preocupado com as finanças. Quando recebia o salário, pagava todas as contas do mês e dizia: “Tô liso, mas não devo a ninguém”; quando comprava a prazo (para a sua farmácia), no dia seguinte começava juntar o dinheiro para pagar a duplicata. A honestidade era a sua maior virtude.
Vida Social
Quando jovem, gostava de dançar nas festas da vila e região. Sempre viveu em Prata-PB. Nunca tirou férias, e suas únicas viagens se deram para tratamento médico ou para fazer compras para a prefeitura em Campina Grande-PB, João Pessoa-PB e Recife-PE.
Todas as tardes, sua farmácia servia de ponto de encontro, onde os amigos se reuniam na calçada para ouvi-lo, pois lia o jornal para eles e colocavam os assuntos em dia.
Já próximo à sua partida, todos os dias, pela manhã, fazia uma visita à casa de sua irmã, comadre Lala, como ele a chamava, e costumava dormir depois do almoço. O restante do dia passava em casa, com a família e os amigos que chegavam.
Saúde
Ao longo de sua vida, devido a inúmeros fatores, ficou depressivo e hipertenso. Por conta dos problemas cardíacos, usava um marcapasso e tomava remédios para controlar a pressão arterial. Costumava brincar com seus remédios para depressão, os quais chamava de “os remédios da preocupação”.
Despedida
Aos 88 anos, Severino tinha uma vida tranquila e, apesar das doenças que o acometiam, principalmente o TOC, nunca deixou de acompanhar os noticiários sobre política, tanto pelo rádio como pela televisão, e vivia sempre atualizado do que acontecia mundo afora.
As visitas diárias que recebia, nos finais de tarde, em sua calçada, ainda eram frequentes, e era comum vê-lo todos os dias por lá. A essa altura, sua vida se limitava, na maior parte do tempo, à sua casa, o que não lhe causava nenhum incômodo, pois sempre foi um homem caseiro.
Severino também sofria de uma hérnia há alguns anos, mas, devido à sua idade avançada, não arriscou se submeter a uma cirurgia. O quadro foi se agravando, até que, no início do mês de junho de 2003, a situação ficou insustentável, e a hérnia se estrangulou. Recebeu os primeiros cuidados médicos ainda em Prata-PB, porém, houve a necessidade de ser transferido para a cidade de Campina Grande-PB, e assim foi feito; foi transferido para o hospital João XXIII e, no dia 3 de junho de 2003, por volta das 20h, deu entrada no referido hospital. Após sua chegada, foi diretamente para a unidade de terapia intensiva (UTI), e, mesmo tendo sido tomadas todas as medidas necessárias, Severino nos deixou na madrugada do dia 4 de junho de 2003.
Severino era um homem movido pela honestidade e, por onde passou, deixou sua marca, sendo um exemplo a ser seguido.
Depoimentos
Homenagem
A Prefeitura Municipal de Prata-PB fundou o Centro Administrativo Severino Neri de Souza, em sua homenagem.
Galeria de Fotos
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Responsável pelo conteúdo da página:
João Bosco Neri de Souza
Produção Geral:
MONT’SAINT
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